Vestiário FC #16 – Cienciano
O Vestiário FC retorna ao Peru para falar de um dos times mais tradicionais do país: o Club Cienciano. Fundado em 1901 na cidade de Cuzco, cidade histórica conhecida por ser a antiga capital do Império Inca, e antes dos incas, foi habitado pelos povos Marcavalle, os antigos habitantes da região foram homenageados na camisa titular de 2001, centenário do clube.
A camisa, fabricada pela fornecedora local Aries, possui um curioso tecido furado e uma estampa presente tanto na frente quanto nas costas: o Sol de Echenique, um objeto feito de ouro, prata e cobre datado do ano 300 a.C. Não se sabe exatamente a sua função, especula-se que seja um calendário ou um adorno da nobreza Inca ou Marcavalle. A figura é considerada um símbolo da cidade e desde junho de 2021, com a devolução da figura ao Peru após quase 140 anos, passou a figurar na bandeira de Cuzco, anteriormente ela estava exposta no Museu do Índio Americano em Nova York e sua devolução foi feita nos festejos do bicentenário da independência peruana com uma grande festa. Além da figura do sol, a camisa faz diversas referências ao centenário do clube. Nas costas está estampado o nome e o número do zagueiro César Charún, com uma curiosa numeração homenageando os muros de pedra erguidos pelos Incas.
O Cienciano recebeu esse nome por ter sido fundado por estudantes do Colegio Nacional de Ciencias y Artes. Apesar de ser um dos times mais antigos e importantes do sul do país, só veio conquistar seu primeiro título em 2003, curiosamente, a primeira conquista foi internacional ao vencer o River Plate na Copa Sul Americana, no ano seguinte ganhou a Recopa encima do Boca Juniors, sendo o único time do Peru a possuir conquistas da Conmebol. Recentemente, a equipe passou por uma crise que resultou num rebaixamento a segunda divisão local, com o agravante de ter sido rebaixado pelo Melgar, o maior rival. Após o rebaixamento em 2015, fez diversas campanhas sem êxito no acesso, porém em 2019, finalmente o Cienciano retornou a primeira divisão.