Uma análise time a time da fase final do Campeonato Paulista Série A2
No último domingo (30) a Série A2 do Campeonato Paulista teve sua fase inicial encerrada. Se para alguns sobraram as lamentações pelo rebaixamento, caso de Penapolense e Votuporanguense, ou pela vaga desperdiçada, caso da Portuguesa Santista, para outros o domingo foi de comemoração com a vaga garantida. Entre as oito equipes classificadas às quartas de final, temos camisas pesadas, histórias de superação dentro da Série A2 e a promessa de bastante emoção na busca pelo retorno à principal divisão do Campeonato Paulista.
A ordem dos confrontos que será apresentada abaixo não representa o chaveamento da A2. O regulamento elaborado pela Federação Paulista de Futebol e aprovado pelos clubes participantes indica que os confrontos das semifinais serão definidos de acordo com a campanha dos clubes classificados: o clube de melhor campanha enfrenta o de pior campanha, e os outros dois clubes de segunda e terceira melhor campanha se enfrentam. Não há gol qualificado em todo o mata-mata: caso o confronto termine empatado, a decisão da vaga irá para a disputa de pênaltis.
São Bernardo FC – Juventus
Ida: 07/09 (segunda-feira), 15h, na Rua Javari
Volta: 13/09 (domingo), 10h, no Primeiro de Maio
São Bernardo FC
Por Dérek Bittencourt, editor do Diário do Grande ABC
Como você avalia a campanha do São Bernardo dentro da Série A2?
A campanha foi dentro da expectativa pelo investimento feito e pelo objetivo traçado, atrevo-me a dizer até que o São Bernardo esperava se classificar com mais antecedência e com mais tranquilidade. A derrota no clássico contra o São Caetano foi inesperada e também bastante sentida, mas nas condições do jogo não foi um golpe assim tão problemático na campanha do Tigre, então o que dá pra dizer é que pelo investimento, pela expectativa e pelo objetivo traçado, se classificar em primeiro lugar era a grande meta, primeiramente para continuar a campanha rumo ao acesso e também para poder decidir em casa no mata-mata.
Você vê muitas diferenças entre o time anterior ao da paralisação e o atual?
Nos jogos contra o São Caetano e o XV de Piracicaba, antes do último jogo contra o Taubaté, o time demonstrou alguns problemas defensivos que não vinha demonstrando, tanto que tomou seis gols nesses dois jogos após sofrer os mesmos seis gols nos 12 primeiros jogos. Isso mostra que a defesa foi um probleminha no pós-paralisação, embora pudéssemos ver contra o Taubaté um sistema melhor organizado, tanto é que conseguiu suportar uma pressão do Burro da Central. Acredito que o técnico Marcelo Veiga, até pelas peças que tem no elenco, vai conseguir resolver essa situação defensiva, e o mais importante é que o time continua fazendo gols, fez três contra o São Caetano, outros três contra o XV e um de pênalti contra o Taubaté.
Qual é o principal destaque e o principal ponto crítico do time?
O São Bernardo vem forte e com jogadores qualificados. O Allan Dias, jogador que fez o gol contra o Taubaté de pênalti, foi contratado durante a pandemia e é um jogador muito bom, acho que é um jogador de Série A1 mas que está na Série A2 mostrando seu potencial. O Guilherme Mattis é um zagueiro muito bom, um líder em campo. O Rodrigo Souza é um volante que foi realmente um achado pro São Bernardo FC, um jogador versátil que dá muita proteção pro sistema defensivo. O clube também tem o Léo Jaime, jogador muito experiente e que já trabalhou com o Marcelo Veiga em outros clubes, além do artilheiro Marlyson, outro jogador não tão conhecido mas que vestiu a camisa do São Bernardo e já fez sete gols até aqui.
O ponto crítico seria a questão da defesa e até certo ponto uma média de idade elevada. Se você pegar algumas das peças principais, são todas perto dos 30 anos, fora outros jogadores do elenco que tem idade superior a 30 anos, mas ao mesmo tempo quando você consegue mesclar com a juventude o resultado acontece.
O que você espera do confronto com o Juventus nas quartas de final?
Absolutamente complicado e difícil. O Juventus montou um bom time, um meio de campo muito forte com dois volantes muitos experientes, o Alê e o Christian, mas eu acho que o São Benardo tem totais condições de avançar. O São Bernardo venceu o Juventus na primeira fase por 1-0, um golaço do Douglas Santos. Agora vamos ver se consegue repetir o desempenho e avançar do Moleque Travesso, acho que tem condições de passar de fase e continuar rumo ao acesso tão esperado e que seria condizente, porque qualquer outra situação que não seja o acesso pro São Bernardo vai ser desastrosa pelo investimento e pela expectativa depositada em cima disso.
Juventus
Foto: Alê Vianna
Por Fábio Martins, colunista do Express Futbol
Como você avalia a campanha do Juventus dentro da Série A2?
A avaliação é positiva. O Juventus conseguiu mais uma vez a classificação para as quartas, mesmo que tenha corrido risco na última rodada. A meta de chegar no mata-mata foi alcançada, apesar da campanha inferior a de 2019 na 1ª fase, mas quem sabe é um sinal…
Você vê muitas diferenças entre o time anterior ao da paralisação e o atual?
Sim. O time perdeu o ataque inteiro, principalmente o então artilheiro da competição, Léo Castro, também perdeu o Thiago Potiguar que era o camisa 10, o João Lucas que é meio-campista, e o outro atacante Maycon. Ou seja, mudou quase o setor ofensivo inteiro, só o Mazola permaneceu no elenco dos que vinham jogando e essa mudança é bem sentida nesta reta final.
Qual é o principal destaque e o principal ponto crítico do time?
Primeiro a continuidade do trabalho do Alex Alves, desde 2018 no comando do time. Atualmente em campo é o Bruno Xavier, ele chegou com 3 jogos e 3 gols. A fase é ótima, já tem time da Série B de olho, é cria do Juventus, mas só agora atuando pelo profissional, é o destaque atual. E o ataque me preocupa, os reforços ainda não renderam, com exceção do Bruno Xavier, espera-se mais do Carrara e do experiente Wilson. O retorno da zaga também não é dos melhores, sofreu 5 gols em 3 jogos, ou seja, em todas as partidas.
O que você espera do confronto com o São Bernardo nas quartas de final?
A expectativa é boa, apesar do São Bernardo ter sido o líder, a distância acabou sendo de 6 pontos, e no duelo contra eles foi 0 a 1 na Javari, com gol no fim. São Bernardo é favorito, mas o mascote do clube é o Moleque Travesso, e tem muita história da chave mudando no mata-mata, acredito na travessura!
São Caetano – Monte Azul
Ida: 04/09 (sexta-feira), 15h, no Otacília Patrício Arroyo
Volta: 11/09 (sexta-feira), 15h, no Anacleto Campanella
São Caetano
Por Márcio Donizete, do Lente Esportiva ABC
Como você avalia a campanha do São Caetano dentro da Série A2? Você vê muitas diferenças entre o time anterior ao da paralisação e o atual?
A campanha do São Caetano foi uma crescente. O início foi irregular e com o time muito inconstante, tanto que por algumas rodadas o Azulão ficou fora do G-8. Mas após a pausa da pandemia, apesar das perdas no elenco (Matheus Salustiano e o artilheiro Bruno Moraes as principais delas), o técnico Alexandre Gallo – que chegou com o campeonato já em andamento – arrumou a casa, conheceu melhor os prós e contras do elenco e a equipe respondeu em campo, atingindo seu ápice somente agora. O momento é o melhor possível e o São Caetano, sim, é candidato a acesso.
Qual é o principal destaque e o principal ponto crítico do time?
O principal destaque é Alex Reinaldo. O lateral-direito e ala apoia bem o ataque e tem um “veneno” como poucos na bola parada. É o jogador mais regular do São Caetano há anos. Ele deixa um pouco a desejar na marcação, mas tem a confiança da comissão técnica, do clube e sempre há um volante o cobrindo em suas descidas para suprir essa ausência na marcação.
O ponto crítico do time é a defesa. Já levou 18 gols e é a pior defesa, ao lado de Juventus e São Bento, dentre os oito classificados. Gallo ainda não achou um parceiro ideal para Sandoval. Índio é muito jovem e tem muito o que melhorar, enquanto as laterais dão bastante espaço, além do goleiro Luiz Daniel ter altos e baixos.
O que você espera do confronto com o Monte Azul nas quartas de final?
O São Caetano é favorito, afinal o time vem de três vitórias pós-pausa, enquanto o Monte Azul venceu apenas um. Futebol é momento. O Azulão é mais time, também, se comparar elenco por elenco. Ambos tiveram mudanças nos planteis, porém as perdas da equipe interiorana pesam mais, pelo o que se observou nessa volta do futebol. O Monte Azul perdeu quatro jogadores “pilares” de Luciano Dias, que, juntos, fizeram 16 dos 25 gols do time na primeira fase, enquanto os sulsancaetanenses perderam de forma mais sensível: basicamente o artilheiro Bruno Moraes.
Mesmo assim, toda a atenção é necessária. O mata-mata zera tudo, então a equipe do ABC precisará justificar esse favoritismo em campo. Já o Azulão de Monte Azul Paulista pode crescer, apesar de suas limitações, dificultar ao máximo, e quem sabe com a experiência do Luciano Dias, vencer no Ninho do Azulão, levar uma vantagem ao Anacleto e segurar um empate. É o duelo dos melhores ataques da competição, então é um duelo que promete gols.
Monte Azul
Por João Pedro Lima, editor do Contra-Ataque
Como você avalia a campanha do Monte Azul dentro da Série A2?
Podemos dividir a jornada do clube em duas etapas, uma que vai até a 10ª rodada e outra que consiste nas cinco rodadas finais. O início foi muito bom, deixou o torcedor de Monte Azul Paulista eufórico, é difícil fazer um time recém-promovido de uma cidade pequena competitivo. A invencibilidade caiu somente na sexta rodada, mas o Monte Azul seguiu na liderança por mais três e até a décima rodada tudo estava indo muito bem. Como o próprio treinador Luciano Dias relatou, essa “gordura” obtida no início foi essencial para amortecer os resultados ruins do trecho final, que teve somente três pontos obtidos em 15 possíveis.
Você vê muitas diferenças entre o time anterior ao da paralisação e o atual?
Foram quatro perdas muito sentidas: o artilheiro Marcos Paulo, transferido para o Boa Esporte e que fez oito gols na Série A2, é a principal. Também se mudou para Varginha o ponta Gabriel Inocêncio. O trio de ataque do início do campeonato foi embora, pois Jhonatan, que havia marcado cinco gols na A2, saiu para o São Luiz de Ijuí. A eles somam-se o lateral-direito Ferrugem, transferido para o São Bento.
Qual é o principal destaque e o principal ponto crítico do time?
Apesar das saídas, ainda vejo o ataque como o ponto positivo. O trio de ataque dos últimos jogos foi Douglas Pote pela esquerda, Leandro Love no meio e Isaac Prado na direita. Douglas, autor de um gol na final da Copa São Paulo de 2017, era um substituto comum nos últimos jogos antes da parada. Para Leandro Love, falta ritmo: depois de sete meses no angolano Recreativo de Libolo, o experiente centro-avante ainda não demonstrou seu faro de gol, mas tem potencial para surpreender. Isaac Prado marcou o gol da vitória sobre a Portuguesa Santista e deve ser o principal nome da linha de frente.
As saídas, aliadas às mudanças táticas promovidas por Luciano Dias, são o ponto negativo. Além das trocas no ataque, o que já seria natural, outras posições tiveram novos nomes: a lateral-direita foi uma delas após a saída de Ferrugem, Queven deixou a posição de volante para assumir a lateral-esquerda e o outro volante Jô saiu do time titular. Ambos deram espaço a Ota e Vinícius Scorse no meio de campo, que ficou mais ofensivo. O experiente Gilsinho é a única peça que se manteve ali.
O que você espera do confronto com o São Caetano nas quartas de final?
É um adversário bastante complicado, um time bem ajeitado que perdeu poucas peças e que cresceu bastante nos jogos pós-paralisação. O São Caetano saiu de uma situação na qual a vaga estava em risco, até pelo agrupamento dos nove times da parte de cima, e com três vitórias seguidas conseguiu se classificar de forma confortável. Não será um jogo fácil.
Portuguesa – XV de Piracicaba
Ida: 07/09 (segunda-feira), 17h30, no Barão de Serra Negra
Volta: 14/09 (segunda-feira), 17h, no Canindé
Portuguesa
Por Chrystian Gedra, repórter do NetLusa
Como você avalia a campanha da Portuguesa dentro da Série A2?
A Portuguesa começou com uma boa partida e uma vitória diante do XV de Piracicaba, o time chegou a estar num declínio muito ruim, mas as mudanças na diretoria de futebol, com a entrada do Flávio Alves e do treinador Fernando Marchiori melhoraram e muito o ambiente da Portuguesa. Na parte titular do elenco da Lusa não sofreu tantas alterações e o time foi crescendo de produção, a Portuguesa já tinha jogadores de qualidade antes da paralisação e antes mesmo da mudança do comando técnico, mas acredito que essas mudanças pontuais da equipe foram primordiais.
Fora isso, depois do jogo contra o São Bernardo houve a ação do Davi, torcedor-mirim que foi uma injeção de ânimo para o elenco poder ver que a torcida da Portuguesa está viva e quer ver a Lusa voltando, tanto que o Davi se tornou o mascote do time antes da paralisação e ajudou a equipe a conquistar resultados cada vez mais expressivos.
Você vê muitas diferenças entre o time anterior ao da paralisação e o atual?
Acredito que a Portuguesa foi uma das equipes que mais aproveitou a parada. O time viu as deficiências e buscou reforços para os setores principais, justamente no ataque. Mesmo perdendo dois jogadores que eram titulares e que praticamente faziam parte da espinha dorsal do time, o zagueiro Raniele e o lateral Léo Pereira, a Portuguesa conseguiu trazer jogadores a altura, o Danilo Baia fez dois bons jogos e o Bruno Maia também correspondeu as expectativas. Fora isso a Portuguesa trouxe bons reservas, o Ícaro e o Felipe Gregório. No setor ofensivo trouxe o Lucas Douglas, que se tornou o artilheiro da Portuguesa na A2 junto com o Lúcio Flávio, e o Anselmo, que é um jogador que tem a mesma categoria do Lúcio Flávio.
O Jobinho acabou virando reserva justamente pela boa atuação do Diego Rosa e do Lucas Douglas, então com isso dá para ver que o elenco da Portuguesa está nivelado. Se entrar um reserva no time parece que manteve os 11 titulares, são todos jogadores que tem condição de serem titulares não só na Portuguesa mas em qualquer time da Série A2. Fora isso, a Lusa conseguiu segurar os atletas, muitos tinham medo da Portuguesa perder todos os seus principais, mas dá para ver que todos abraçaram o projeto da Portuguesa, e nas próprias entrevistas eles parecem que tem o mesmo discurso que é o de levar a Portuguesa para a elite.
Qual é o principal destaque e o principal ponto crítico do time?
É difícil falar de um jogador. Eu poderia falar do Lucas Douglas que cresceu muito, está jogando muito bem, ou poderia falar também do goleiro Dida, que é um grande jogador. Mas eu acredito que a Portuguesa hoje é um conjunto, posso dizer que o principal destaque da Lusa é a sua defesa, todos os seus jogadores da defesa são muito bons, haja vista que a Portuguesa é o time menos vazado da Série A2. Se fosse pra eu escolher um atleta no meio eu deixaria o Roger Gaúcho porque é um jogador que está desde o início, que vem numa crescente muito legal mesmo após ser negociado com o Central de Caruaru, ele está fazendo uma função que não é a dele, ele é meia-atacante e está fazendo meia-armador muito bem, visto que o Geovani veio do Resende, está no banco e o Roger Gaúcho segue como titular.
Falando agora em ponto crítico, eu colocaria o ataque. Mesmo com o retorno a Lusa não conseguiu fazer placares muito grandes, os resultados foram magros (1-0, 2-0) pois ainda sente-se essa questão do ataque, embora tenha acontecido uma mudança dos atacantes a equipe não consegue fazer placares muito elásticos. Nesse ponto, acho que é uma das principais características negativas, mesmo com jogadores do ataque numa crescente: Lucas Douglas marcou três gols, Diego Rosa está jogando muito bem, o Lúcio Flávio cria boas oportunidades. Também há a questão física, sobretudo porque a Lusa tem muitos jogadores experientes, mas todos os times da A2 estão sentindo isso por conta da paralisação do campeonato.
O que você espera do confronto com o XV de Piracicaba nas quartas de final?
Eu acredito que vai ser um jogo muito pegado, o XV de Piracicaba é um time que tem camisa, é um time muito forte, por pouco não ficou de fora, mudou o comando técnico… acho que vai ser um jogo muito pegado entre os dois lados, vai ser jogo de ataque contra defesa, e o Marchiori é um técnico que gosta de times que vão pro ataque, como no jogo contra o Red Bull Brasil. Acredito eu que vá ser um jogo muito movimentado, muito truncado em alguns pontos e torço muito pra Portuguesa conseguir essa classificação e se Deus quiser o título da Série A2, para coroar o centenário do clube que está sendo muito bom em termos de organização e de planejamento. Somados, os quatro atletas marcaram 16 gols dos 25 feitos pelo time no Campeonato Paulista.
XV de Piracicaba
Por Thiago Bassan, jornalista esportivo
Como você avalia a campanha do XV de Piracicaba dentro da Série A2?
Foi uma campanha de altos e baixos. Na estreia, já perdeu para a Portuguesa por 2 a 0, o adversário das quartas de final. Só conseguiu a primeira vitória na quinta rodada, diante do Atibaia. Mesmo assim, o treinador Tarcísio Pugliese seguiu inabalável no comando da equipe. E fez jus a isso, conquistando quatro vitórias consecutivas. O time parecia estar no caminho certo. Mas durante a pausa por causa da pandemia, mudou o treinador. Após discussão com o presidente, Pugliese saiu e entrou Evaristo Piza. O desempenho não foi o mesmo. E no jogo diante do São Bernardo, onde estive presente, percebi um time bastante apático e sem forças para reagir. Mas, como são as coisas do futebol, acabou conquistando, na bacia das almas, a vaga para a segunda fase.
Você vê muitas diferenças entre o time anterior ao da paralisação e o atual?
Acredito que o Piza não tem conseguido encaixar sua filosofia de jogo, aquilo que ele entende de futebol, na equipe atual. Os nomes são praticamente os mesmos. Não se fala mais em atrasos salariais. Então, é apenas os jogadores acreditarem no treinador e repetirem o bom futebol mostrado entre a quinta e a oitava rodada para conseguir a classificação.
Qual é o principal destaque e o principal ponto crítico do time?
Raphael Macena, atacante da equipe nas últimas temporadas, é o principal nome do XV. Jogador rápido, talentoso, que explora bem os lados do campo e os dribles, é a aposta do XV para se classificar. A defesa vem sendo o ponto crítico, levando muitos gols. Apesar de contar com nome de respeito, Diego Jussani, zagueiro eficaz e com muita disposição, o setor vem deixando a desejar nas últimas partidas.
O que você espera do confronto com a Portuguesa nas quartas de final?
Por serem duas equipes que jogam pra frente, espero um bom jogo. A vantagem de decidir em casa favorece a Lusa. O Nhô Quim tem que fazer o resultado no interior, para ficar mais tranquilo na volta. Para isso, é importante ir com força total em cima do adversário desde os primeiros minutos, pressionando e usando as laterais, arma pouco utilizada até aqui.
São Bento – Taubaté
Ida: 08/09 (terça-feira), 15h, no Joaquinzão
Volta: 15/09 (terça-feira), 17h, no Walter Ribeiro
São Bento
Por Eduardo Gouvea, editor da Gazeta do Futebol
Como você avalia a campanha do São Bento dentro da Série A2?
A temporada do São Bento começou com o torcedor traumatizado pelos dois rebaixamentos na temporada passada. O início da atual temporada, quando o Léo Condé chegou para dirigir a equipe, fez o torcedor beneditino imaginar que seria mais um ano de pesadelo: a equipe não engrenou, estava na zona de rebaixamento, e após uma derrota para o São Caetano em Sorocaba o Léo Condé deixou a equipe e chegou o Edson Vieira, o treinador que subiu com a equipe na Série A3 em 2013. Dentro do Campeonato Paulista Série A2, o time só venceu nas mãos dele, são sete vitórias consecutivas, quatro delas antes da parada do futebol.
Você vê muitas diferenças entre o time anterior ao da paralisação e o atual?
Todos ficaram receosos pensando que a parada frearia a ascensão do São Bento, que já tinha a pontuação das equipes do G8. Houve muita dúvida sobre como seria esse time na retomada do Campeonato Paulista. Durante esse tempo vários jogadores saíram e outros chegaram, já visando a disputa do Campeonato Brasileiro da Série C. Quando a competição voltou, o São Bento venceu mais três partidas seguidas, alcançando a quarta colocação. O São Bento, por estar disputando a Série C, foi o primeiro time da Série A2 a voltar e jogar uma partida oficial.
Se por um lado isso ajudou a equipe a ter mais ritmo de jogo e entrosamento, por outro lado a equipe está enfrentando grandes problemas com as questões físicas, envolvendo grandes viagens e dois jogos por semana, uma grande maratona que pode complicar a sequência do São Bento na Série A2.
Qual é o principal destaque e o principal ponto crítico do time?
Como ponto positivo, posso destacar o embalo que o time vem tendo na Série A2, a confiança que a equipe ganhou vencendo sete jogos seguidos. Dentro de campo, o destaque tem sido o artilheiro Bambam. Outro que também eu acredito que seja um destaque é o volante Fábio Bahia, que nas últimas partidas fez dois gols. Mais um bom nome da equipe é o goleiro Lucas Macanhan, que vem fazendo boas defesas e salvando o São Bento em alguns momentos, tanto na Série A2 do Paulista como na Série C do Brasileiro. Também há no banco de reservas um treinador que conhece o clube, que pegou a equipe lá embaixo e devolveu a confiança ao elenco.
Como ponto negativo, eu vou bater novamente na mesma tecla do desgaste físico. O São Bento esteve em campo no domingo, como todas as outras equipes da Série A2, e enquanto agora todos estão descansando o São Bento está entre dois jogos da Série C, para só depois pensar na Série A2. O Taubaté tem nove, dez dias para pensar no jogo e o São Bento tem dois jogos supercomplicados pela Série C e uma viagem ao Paraná antes de ir a Taubaté.
O que você espera do confronto com o Taubaté nas quartas de final?
Na primeira fase, quando o São Bento estava numa fase ruim e ainda era dirigido pelo Léo Condé, o jogo foi 1-1 em Taubaté, o que já é um bom sinal para a torcida beneditina. Agora o momento das duas equipes é totalmente diferente: naquela ocasião o São Bento estava mal no campeonato e o Taubaté em grande fase. O que se vê agora é o São Bento mantendo a ascensão que já vinha antes da parada e o Taubaté perdendo um pouco de rendimento, mesmo após a vitória em cima do Red Bull Brasil. Acho que o São Bento tem plena condição de passar pelo Taubaté, até porque o segundo jogo é em casa, mas a questão física tende a ser um grande problema para o azulão sorocabano na busca pelo acesso.
Taubaté
Por João Vitor Marcondes, integrante da equipe de esportes da Rádio Ativa Vale de Taubaté
Como você avalia a campanha do Taubaté dentro da Série A2?
A equipe conseguiu o primeiro objetivo que é a classificação para a fase quartas de final, mas os taubateanos enfrentaram momentos de oscilação dentro da competição estadual. A equipe conseguiu três vitórias e um empate nos primeiros quatro jogos, entretanto, o Burro da Central protagonizou uma troca no comando técnico após o revés contra o Atibaia (na rodada 7) – saiu Ivan Izzo e João Vallim assumiu a equipe do Vale do Paraíba.
A paralisação do campeonato foi realizada em um momento que o plantel do Taubaté começava a dar sinais de entrosamento e assimilação das propostas de Vallim. Tudo isso atrelado aos importantes resultados: como a vitória contra a Portuguesa Santista, no Ulrico Mursa, e o triunfo frente ao XV de Piracicaba, no Joaquinzão. O treinador foi apresentado na antevéspera do duelo contra o Juventus, partida que marcou a primeira derrota taubateana como mandante na A2. Por outro lado, quatro jogos depois do revés contra o Moleque Travesso, o Burrão somou 10 pontos de 12 possíveis e a paralisação do campeonato foi confirmada logo em seguida pela Federação Paulista de Futebol.
157 dias depois da pausa dos jogos oficiais, o Joaquinzão sediou a sétima vitória taubateana na Série A2. Os três pontos frente ao Red Bull Brasil concederam aos taubateanos um cenário quase perfeito: a liderança, a classificação e – naquele momento – a única equipe com sete vitórias em treze duelos na primeira fase. Mas a Série A2 de 2020, caracterizada pelo equilíbrio em sua fase inaugural, computou duas derrotas nas duas rodadas seguintes ao Esporte Clube Taubaté e, consequentemente, a queda taubateana para a quinta colocação.
Por isso, a classificação para a fase quartas de final, mesmo com as duas rodadas de antecedência, não foi uma situação obtida com facilidade pelo Esporte Clube Taubaté. A Série A2 é um torneio que apresenta muitas dificuldades em sua trajetória e o Burrão soube lidar com as diversas situações da primeira fase.
Você vê muitas diferenças entre o time anterior ao da paralisação e o atual?
Ermínio e Chumbinho são perdas sentidas pelo Taubaté. Principalmente no aspecto da liderança e da experiência. A passagem do Ermínio deixou saudade ao torcedor taubateano, enquanto Chumbinho foi mais discreto em suas atuações no Joaquinzão. Menciono que a permanência quase totalitária do elenco é algo positivo ao Burro da Central, mas as baixas taubateanas – especialmente Ermínio e Chumbinho – seriam peças importantes pensando no nível de dificuldade apresentado na fase final da Série A2.
Qual é o principal destaque e o principal ponto crítico do time?
Eu enfatizo a qualidade dos zagueiros do Taubaté. Maurício, Dogão e Rafael Castro. Principalmente, no atual momento de decisão. Momento que é primordial ter mais vontade e mais concentração que o adversário. João Vallim tem zagueiros experientes, com bagagem para esses momentos que, se faz necessário, errar menos e induzir o adversário ao erro dentro de uma série de duelos tão equilibrados.
O que você espera do confronto com o São Bento nas quartas de final?
Eu espero um jogo muito nivelado entre as duas equipes. O Taubaté tem peças acostumadas ao cenário de pressão do mata-mata e que participaram da final da Série A2 em 2019: Denis Neves, Maykinho, Malcoon e o próprio João Vallim atuaram em equipes finalistas no ano passado. Por outro lado, a equipe de Sorocaba venceu sete partidas consecutivas na divisão de acesso, sob o comando do Edson Vieira. Claro que há necessidade de gerenciamento do plantel por parte da equipe beneditina, haja vista que a Série C também está no calendário do São Bento. Mas a sequência vitoriosa do São Bento diz muito sobre o potencial sorocabano em relação ao campeonato estadual de acesso.