Mais uma superação Condá

Mais uma superação Condá

A história da Chapecoense é cheia de dificuldades e superações. O título da Série B de 2020 foi mais uma delas. A equipe catarinense após ser rebaixada para a Série B pela primeira vez em sua história, começou sua temporada em uma crise sem precedentes e deu a volta por cima reconquistando a vaga no Brasileirão e o título com uma belíssima cobrança de pênalti com cavadinha nos acréscimos do segundo tempo.

O ano da Chape pode ser dividido em dois, pré e pós parada para pandemia. No momento exato da interrupção do estadual, a situação da equipe estava crítica, sendo cotada para cair no estadual, vindo de um rebaixamento no Brasileirão no ano anterior e muitos problemas internos, com salários atrasados, brigas políticas, saída de investidores e ainda os resquícios da tragédia de 2016. Tudo isso refletiu na campanha do time no estadual, quando a equipe fez uma campanha péssima, passando quatro rodadas consecutivas na zona de rebaixamento, sendo duas na lanterna, justamente na reta final, faltando dois jogos para o fim da primeira fase, porém a Chape fez a sua parte e escapou da zona da confusão. No campeonato catarinense, das 10 equipes participantes, 8 se classificam para a fase final, então além de respirar aliviada a fuga do rebaixamento, começou a surgir uma possibilidade de título, mas então veio a paralização do campeonato por conta da Covid-19, e novamente o alerta foi ligado.

Como já é de conhecimento, a pandemia aumentou as despesas e diminuiu a arrecadação dos times, então o temor era da situação financeira complicar ainda mais, então a equipe se viu obrigada a suspender o contrato de todos os funcionários do clube, porém aproveitou o tempo para a equipe melhorar a preparação física, além de arrumar a casa aos poucos.

Com o retorno do estadual, mais uma preocupação, a Chapecoense foi uma das primeiras equipes a ter um surto de Covid no elenco, perdendo 26 jogadores nas vésperas do jogo da volta das quartas de final do estadual contra o Avaí, o jogo terminou em um heróico 1 x 1, e como havia vencido a ida por 2 x 0, estava na semifinal e com a possibilidade de título cada vez maior. Nas semifinais com parte do elenco recuperado, outro jogo difícil, jogou contra o Criciúma, avançando nos pênaltis. Na final, venceu os dois jogos contra o Brusque e se sagrou campeã catarinense pela sétima vez.

Na Série B, a boa fase da equipe na volta do estadual confirmou que não era apenas passageira, se mantendo nas primeiras colocações desde o início, mostrando que o objetivo não era só reconquistar a vaga na Série A, mas também o título inédito da B. A Chapecoense teve como principal característica sua defesa sólida, que sofreu apenas 23 gols, sendo a menos vazada do campeonato.

Apesar do bom momento, veio outro baque, o falecimento do presidente Paulo Ricardo Magro, vítima da Covid-19, porém a Chape não deixou se abater e chegou na última rodada muito próxima do título inédito da Série B, protagonizando um dos momentos mais eletrizantes da história da competição na última rodada.

O América, adversário direto da Chapecoense havia feito uma campanha tão boa quanto, com o mesmo número de vitórias, empates e derrotas, porém a equipe mineira tinha vantagem de dois gols a mais no saldo, então a situação foi a seguinte, a Chapecoense precisaria ganhar do Confiança por dois gols a mais que o resultado do jogo do Coelho, caso vencesse por apenas um gol a mais, a disputa iria para o critério de desempate de menos cartões recebidos, no qual o América teria vantagem e ficaria com o título. Enquanto o Coelho enfrentava o Avaí, o jogo da Chapecoense estava bem agitado, aos 4 minutos Anselmo Ramon abriu o placar, deixando o Índio Condá a apenas um gol do objetivo, porém aos 10 do segundo tempo, Reis empatou para o Confiança, aos 30, Perotti colocou a Chapecoense na frente do placar novamente. No Independência, jogo encerrado, o América venceu o Avaí e no momento estava com o título. Enquanto isso na Arena Condá, Perotti fez mais um gol para Chape, mas foi anulado. As chances de título estavam cada vez mais difíceis, até que aos 50 do segundo tempo Bruno Silva é atropelado na área e pênalti para o Verdão do Oeste! Anselmo Ramon bateu com muita frieza e deu uma belíssima cavadinha marcando o gol do título, o gol de mais uma das várias superações da equipe. A taça foi erguida pelo símbolo da maior delas, Alan Ruschel, um dos sobreviventes do desastre aéreo de 2016, que se tornou peça fundamental do setor defensivo.

Theo

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