Estadual FC: Villa Nova
A partir desta segunda-feira (15), o Contra-Ataque apresenta o Estadual Futebol Clube, uma série de textos que serão distribuídos ao longo da semana. Abordaremos a preparação de cinco clubes que disputam no máximo a elite de seu estado. Alguns tem somente a participação em sua respectiva primeira ou segunda divisão estadual ao longo do ano, enquanto outros tem a possibilidade de jogar a copa estadual em 2021. O primeiro clube a ser apresentado na série será o Villa Nova Atlético Clube de Nova Lima, município da região metropolitana de Belo Horizonte.
Tradicional equipe do futebol mineiro, o Villa Nova planeja se reconstruir em 2021. A temporada 2020 pode ser considerada uma das piores da história do clube: com somente uma vitória em 11 jogos, conquistada em Varginha contra o Boa Esporte, o Leão do Bonfim amargou seu segundo rebaixamento na história do Campeonato Mineiro, encerrando uma sequência de 25 participações consecutivas no Módulo I local. Na Série D, o Villa Nova foi eliminado na primeira fase após somar somente 12 pontos em 14 partidas.
Na visão de Wagner Augusto, sócio do Villa Nova e recém-eleito presidente do conselho deliberativo do clube, 2020 representou a síntese do caos. “As péssimas administrações em sequência jogaram o time no fundo do poço. A queda para o Módulo II foi uma das consequências diretas da irresponsabilidade dos que mandavam no clube. Neste ano o Villa Nova precisa juntar os cacos e tentar ficar de pé para disputar o Módulo II com possibilidades de acesso”, pontuou.
A ideia de reconstrução ganha força quando consideramos a perda de receita que o Villa Nova teve com a queda. A equipe não terá mais R$ 1 milhão referente aos direitos de transmissão do Campeonato Mineiro e também perdeu R$ 600 mil referentes ao patrocínio da Multimarcas. O clube também amarga dívidas trabalhistas e com fornecedores.
Ao longo da disputa do estadual, o Leão do Bonfim teve três treinadores. Emerson Ávila comandou a equipe nas primeiras cinco rodadas, foi demitido e deu lugar a Badico, treinador do clube até a nona rodada. A terceira troca veio na paralisação que houve durante a pandemia, com a chegada de Ademir Fonseca para as duas rodadas finais. Para a Série D, um nome conhecido assumiu o clube: Mancini, ex-meio-campista com passagens por Atlético Mineiro, Roma e Internazionale, era o novo treinador da equipe alvirrubra.
No entanto, a campanha irregular fez as chances de acesso naufragarem. “Disputar uma competição nacional sem estrutura é suicídio. Não compensa e expõe o clube a situações de vexame”, declarou Wagner. A fala não é à toa, pois o Villa Nova esteve a ponto de não viajar até Palmas para enfrentar a equipe local no último jogo da fase de grupos, disputado no dia 27 de novembro. Os jogadores reivindicavam metade do salário de outubro e embarcaram em cima da hora para o confronto.
O Villa Nova não voltou a campo desde então. A possibilidade do retorno da Taça Minas Gerais é bem pequena e desde 2012 as equipes locais não disputam uma copa estadual no segundo semestre. “São torneios deficitários e a FMF não ajuda com absolutamente nada”, declarou Wagner. “Nesse cenário de pandemia, é contraproducente sonhar com o retorno da Taça Minas Gerais. Sou amplamente favorável ao retorno dela, com vaga na milionária Copa do Brasil para o campeão. Mas viabilizar a competição hoje é praticamente impossível”, concluiu.
Como as categorias de base estão sem calendário no estado de Minas Gerais, o clube está parado e deve voltar às atividades somente em maio, quando irá começar a preparação para o Módulo II – que irá começar em 3 de julho e deve terminar no início de outubro. A competição tem um limite de 30 inscritos por clube, sendo que no máximo sete atletas podem ter mais de 24 anos de idade.
A fórmula de disputa do Módulo II é a mesma de 2020: na primeira fase, os 12 participantes (Aymorés, Betim, Democrata de Gov. Valadares, Democrata de Sete Lagoas, Guarani, Ipatinga, Nacional de Muriaé, Serranense, Tupi, Tupynambás, União Luziense e Villa Nova) jogam entre si em turno único. Os quatro primeiros avançam ao quadrangular final, disputado em dois turnos e que define os dois promovidos. Os dois últimos colocados da primeira fase serão rebaixados.
Dados do clube
Villa Nova Atlético Clube
Fundação: 28 de junho de 1908
Endereço: Av. José Bernardo de Barros, 195, Bonfim – Nova Lima, MG
Estádio: Castor Cifuentes (5000 lugares)