Mesmo com pandemia, número de clubes ativos no Brasil é o maior dos últimos seis anos
2021 foi um ano complicado para o futebol brasileiro. Com o agravamento da pandemia no primeiro trimestre do ano, campeonatos estaduais foram paralisados e o calendário do futebol nacional, que já estava comprimido devido ao início tardio da temporada, se tornou um desafio a mais para clubes e dirigentes. Mesmo com todos esses empecilhos e a ausência de público nos estádios por boa parte do ano, o número de equipes ativas no futebol nacional teve um aumento de 15,1%, passando de 576 clubes em atividade no ano de 2020 para 663 em 2021. O levantamento feito pela equipe do Contra-Ataque levou em conta todas as competições profissionais promovidas pelas federações estaduais e pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Embora seja um dado animador, visto que colocar uma equipe profissional em atividade é caro, é necessário fazer algumas ressalvas. 21 clubes montaram elenco para cinco jogos ou menos ao longo da temporada. O caso mais insólito é o do Pimentense, clube do município rondoniense de Pimenta Bueno. O CAP participou somente do Campeonato Rondoniense da Série B, disputado em partida única contra o Genus, equipe rebaixada da elite no primeiro semestre. Os paraibanos Spartax, Santos e Paraíba e os maranhenses Araioses (retratado na foto que ilustra o texto), Americano e Expressinho disputaram apenas duas partidas ao longo da temporada.
O retorno do público no segundo semestre proporcionou um maior interesse nas copas estaduais, a salvação para os clubes de determinados estados que desejavam estar em atividade na segunda metade do ano. Atlético Carazinho, Garibaldi e Santo Ângelo não disputaram nenhuma das três divisões gaúchas no primeiro semestre, mas marcaram presença nas 10 partidas do Troféu Dirceu de Castro, nome dado à Copa FGF nesse ano de 2021. O Fast Clube também não disputou nenhuma divisão do Amazonense, mas esteve presente nas edições de 2021 da Série D e da Copa Verde, tendo disputado 15 jogos nas duas competições.
Novamente, o estado líder no número de clubes ativos é São Paulo. As quatro divisões promovidas pela Federação Paulista de Futebol foram disputadas por 78 equipes filiadas à FPF. Embora seja um número alto se comparado ao número de equipes ativas das outras unidades federativas, é um recorde negativo para o futebol paulista: trata-se do menor número de times em atividade em todo o Século XXI. Impulsionado pela realização do Carioca Série C, não realizada em 2020 devido a pandemia, o futebol do Rio de Janeiro ocupa a segunda posição no levantamento, com 58 clubes ativos ao longo de 2021.
Na sequência, temos os estados do Rio Grande do Sul, com 45 clubes em atividade em 2021, e Minas Gerais, com 39 equipes que participaram de alguma competição profissional promovida pela FMF (Federação Mineira de Futebol). Pelo segundo ano seguido, a quinta colocação no levantamento está com o futebol do Pará, que teve um número recorde de 35 clubes ativos em 2021. A entrada de várias equipes no futebol profissional desde 2016 quase dobrou a quantidade de clubes em atividade em um intervalo de apenas cinco anos.
O Pará é o estado que mais possui equipes ativas em toda a região Norte do país se levarmos em conta as últimas sete temporadas. Trata-se de um grande feito para uma região que não possui um futebol tão desenvolvidos, e constatamos isso quando vemos que os cinco estados com menos clubes ativos são de lá. Roraima ocupa a 27ª e última colocação do levantamento, com apenas cinco equipes em atividade no ano de 2021. Amapá, Acre e Rondônia também tiveram menos de 10 clubes profissionais em atividade na atual temporada.
Os dados gerais estão dispostos abaixo. Para facilitar a visualização, fizemos um recorte por região e dividimos a região Nordeste em dois gráficos para melhor compreensão.
2021: 663 clubes ativos
2020: 576 clubes ativos
2019: 649 clubes ativos
2018: 646 clubes ativos
2017: 615 clubes ativos
2016: 605 clubes ativos
2015: 624 clubes ativos