Não tá morto quem peleia
Expressão popular é aquela que surge nos mais variados meios de comunicação, nas novelas, nas ruas, propagandas, programas de TV, etc. Por sua criatividade e comunicação fácil, se espalham de boca em boca muito rapidamente. E uma das expressões mais populares do gauchês cai como uma luva no momento atual do treinador da equipe colorada do Rio Grande: Não tá morto quem peleia. O dito popular significa, em outras palavras, nem tudo está perdido, sempre há esperança; apesar de tudo, ou ainda, havendo vida, há que se buscar, conquistar, guerrear, lutar pelo objetivo.
Num ano atípico, sem querer cair no chavão utilizado pela crônica esportiva para se referir a temporada atual do futebol brasileiro, o treinador carioca, de 68 anos, depois de rápidas, e recentes, passagens por Fluminense, Flamengo, Cruzeiro e Vasco da Gama, onde seu trabalho não decolou, reencontrou o caminho das vitórias e, consequentemente, do sucesso, justamente, no Sport Club Internacional, clube que lhe proporcionou as conquistas mais importantes de sua longeva carreira de técnico de futebol. Dirigindo o clube gaúcho, Abel Braga foi campeão da Libertadores da América e do Mundial de Clubes da FIFA, em 2006, alcançando distinção na Calçada da Fama da Federação Gaúcha de Futebol.
Superada a desconfiança de dirigentes e da torcida, e, ainda a Covid-19, Abel Braga, de mansinho, colocou em prática suas ideias de futebol, aproveitando, como bom malandro que é, a boa base deixada por Eduardo Coudet, impondo aos poucos seu estilo boleiro, baseado na “confiança e no respeito”, como o próprio gosta de frisar, e, com isso, resgatou jogadores que estavam relegados à segundo plano, como, por exemplo, Rodinei, Rodrigo Moledo e Moysés, além de dar moral a garotada em parceria com o coordenador da base Rodrigo Lameira. Mas não é só isso. Mesmo longe de ser um treinador moderno, o time tem padrão tático, é equilibrado, tem uma defesa confiável e um ataque consistente. Tudo isso num jogo de transição veloz e objetivo, com variações do manjado 4-2-3-1. Há de se destacar a boa fase dos pilares do time: Victor Cuesta, Edenílson e Patrick.
Pode até não se sagrar campeão, que seria a coroação do belo trabalho realizado, até pelas vicissitudes do futebol, mas Abelão merece, como poucos, esse título.
Deu ruim para os adversários, Abel é sinistro. Com ele não tem caô, o papo é reto!