No duelo das feiras, o retorno do Derby das Sulancas
Por Leandro Paulo Bernardo, cirurgião dentista e pesquisador de futebol
A grande força na economia do agreste pernambucano é originada com o polo de confecções e da forte comercialização desses produtos através das Feiras de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, conhecidas mundialmente pelo alto teor histórico, social, econômico e cultural.
O futebol da região também faz parte desse contexto e no dia 24 de setembro ganhará o retorno do Derby das Sulancas… Ypiranga e Central reencontram-se após uma ausência de sete anos.
O termo “Sulanca” foi criado em Santa Cruz do Capibaribe na década de 60 para designar a confecção, geralmente feita de helanca (tecido da moda nessa época) vindas de São Paulo e da Região Sul, daí a aglutinação “sul + (hel)anca”. A Feira da Sulanca passou a funcionar como uma espécie de grande atacado para centenas de comerciantes de diversas partes do Brasil. A comercialização se expandiu até a tradicional Feira de Caruaru, a cidade com a maior feira ao livre do planeta e terra do Central.
O Central Sport Club foi fundado em 15 de junho de 1919 na Sociedade Musical Comercial Caruaruense. Foram escolhidas as cores preto e branco e alusão à Patativa, o pássaro símbolo do clube. O nome foi uma homenagem à Estrada Central de Ferro de Pernambuco, cujos trilhos passavam por Caruaru e ligavam Recife ao Sertão. Essa estrada ajudou bastante no desenvolvimento do município, por seus trilhos eram escoadas a produção agrícola, as mercadorias da tradicional feira e os próprios atletas do Central em jogos que mobilizavam a região.
O Central foi o primeiro time do interior do estado a participar do campeonato pernambucano e durante mais de cinquenta anos tornou-se indiscutivelmente o maior clube fora do Recife, seja no número de sócios, no valor patrimonial e participações em competições nacionais.
A estreia da Patativa no Campeonato Pernambucano aconteceu no dia 04 de abril de 1937. O Central perdeu por dois a um para o Flamengo no Recife, contudo o alvinegro fez bonito e terminou a competição na quinta colocação abaixo apenas do Trio da Capital e do Tramways que foi o campeão.
A Patativa era bancada pelo comerciante José Victor de Albuquerque, que era o empresário mais rico de Caruaru daquela época. Ele pagou as despesas do Central Sport Club no Campeonato Pernambuco e contratou o jogador Zago, zagueiro do Atlético Mineiro, o primeiro jogador profissional a atuar em Pernambuco.
Naquele mesmo estadual o Central alegou que estava sempre sendo prejudicado pelas arbitragens. Após a derrota por 3×1 contra o Náutico no campo da Jaqueira, na capital pernambucana, o Central anunciou que iria abandonar o Campeonato Pernambucano pelo fato de três jogadores terem sidos presos pela Polícia Militar depois de serem expulsos da partida.
A direção alvinegra decidiu que o clube iria se focar apenas no forte campeonato da Liga de Caruaru e em amistosos pelas cidades da região e em outras do Nordeste.
A fama e competitividade do Central chegavam até Campina Grande, Arapiraca e Salvador. O Jornal dos Sports do Rio de Janeiro chegou a destacar o amistoso que o Esporte Clube Bahia (com seu time titular) realizou contra o Central no dia 15 de Novembro de 1958… 364 dias depois o Bahia jogou contra o Vasco da Gama na estreia da Taça Brasil que terminou com o título do Esquadrão.
Nesse período a grande rivalidade regional do Central era com o Colombo de Limoeiro, fazendo o Clássico Matuto. em 1936 as duas equipes decidiram a primeira edição da Campeonato Intermunicipal de Football (antiga competição amadora com clubes aos invés das seleções municipais) e o Colombo sagrou-se campeão.
A Patativa se tornava muito popular e “voava” de ônibus pelo Nordeste, enquanto em Pernambuco “navegava” de trem pelo agreste ou até de caminhão em direção à Mata Sul para enfrentar os times das Usinas, enquanto o Colombo apenas optava pelas grandes festas em sua sede social, tal como a AGA em Garanhuns.
Com um time forte, apoio popular, representação política e suporte econômico, o Central retornou ao estadual a partir de 1961, enquanto o Colombo decidiu não se profissionalizar e seguir no amadorismo. Em 1962 o Aristocrático da Praça da Bandeira venceu pela segunda vez a Copa do Interior de Clubes Campeões.
O Central começou a disputar frequentemente o campeonato pernambucano, fazia boas campanhas, brigava pelo título simbólico de “quarta força” com o América, contudo jamais chegar a uma decisão. Na região tinha a companhia do Sete de Setembro de Garanhuns e do Esporte Caruaru (posteriormente se tornou o Atlético Caruaru) mas eram clubes que não ameaçavam o Central, que já apresentava pretensões nacionais.
A Patativa disputou em algumas ocasiões a Série B do Brasileirão e em 1979 esteve na Série A. Em 1986 fez “a casadinha” e após vencer o seu grupo na seletiva participou do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão. Foi o apogeu do clube que inspirava os clubes da região, especialmente em Santa Cruz do Capibaribe: cidade que crescia rapidamente, com alto poder econômico, e a terra do Ypiranga.
O Ypiranga nasceu quinze anos antes da emancipação de Santa Cruz do Capibaribe e acompanhou a evolução da cidade que se tornou a segunda maior produtora de confecções do Brasil, além de possuir o maior parque de confecções da América Latina. A Terra da Sulanca passou a produzir suas máquinas e organizar a matéria-prima.
A Sociedade Esportiva Ypiranga Futebol Clube nasceu no dia 3 de julho de 1938 no então distrito de Taquaritinga do Norte. A história do clube teve início na antiga Rua do Alto. Na época, os conhecidos Negrinhos do Alto começaram a organizar jogos como um simples lazer, porém eram impedidos de brincar no momento em que o gado do Coronel Luiz Alves seguia para o campinho.
O Coronel Luiz Alves resolveu então doar um espaço para a prática esportiva. Após o passar dos tempos, o espaço se tornou o atual Estádio Otávio Limeira Alves, nome dado em homenagem ao filho do Coronel Luiz Alves, um dos fundadores do Ypiranga. O nome do estádio foi idealizado pelo grande jornalista Lenivaldo Aragão, amigo de Otávio e filho natural de Santa Cruz do Capibaribe. Segundo Lenivaldo, foi no rádio do quarto de Otávio que praticamente toda Santa Cruz do Capibaribe ouviu a final da Copa do Mundo de 1950.
Inicialmente os jogos no Campo de Ypiranga eram realizados com a colocação de cordas amarradas nos pés de avelozes para separar o campo dos torcedores.
Tal como a influência musical do Central, o Ypiranga possuía nos seus primeiros anos o apoio da Banda Musical Novo Século que animava os torcedores no jogos com seus frevos e dobrados. O clube passou a ganhar um forte apelo na identidade cultural de Santa Cruz do Capibaribe, ajudando assim num aumento da quantidade de sócios, na aquisição da sede social, do salão festivo, do ginásio e da piscina.
Durante várias décadas o clube ficou no amadorismo, mas após o sucesso da Liga de Santa Cruz na Copa das Ligas do Interior de Futebol (a Copa do Interior) da FPF, com os títulos de 1987, 1991 e o vice-campeonato em 1992, houve uma mobilização na cidade para o clube se profissionalizar. Foi nesse período que Robson se destacou no Ypiranga e acabou indo jogar no Náutico, após ser levado por Dimas, outro ex-jogador local com passagem pelo Náutico.
Em 1993 o Ypiranga se profissionalizou junto à CBF e passou a adotar o simpático apelido: Máquina de Costura, após um concurso cultural. A Máquina de Costura também foi incluída no escudo do Ypiranga.
Convidado pela Federação Pernambucana para disputar o estadual de 1994, a Máquina de Costura ficou no Grupo Azul da Primeira Fase do Estadual, que garantia aos dois primeiros colocados seguirem no Estadual de 1994 a partir do Segundo Turno contra os clubes do Grupo Branco e também davam acesso à primeira divisão do estadual de 1995. Estavam no Grupo Azul Centro Limoeirense, Íbis, Flamengo, Casa Caiada, Porto, Ferroviário e Sete de Setembro. O Paulistano desistiu da competição.
A primeira partida profissional do Ypiranga foi contra o Íbis no dia 30 de janeiro de 1994, vitória de virada por 2 x 1. Flávio Balbino marcou o primeiro gol da equipe em competições oficiais.
A Máquina foi a campeã daquela fase. Tal como a famosa “Série B” de 1986 do Central, aquela fase seletiva também é comemorada como um título pelo Ypiranga. O vice-campeão daquele Grupo Azul foi o também caçula Clube Atlético do Porto (profissionalizado em 1993). A partir daquele momento o Central ganhava dois rivais pesados no interior.
A Patativa iniciava os duelos contra os novos adversários regionais. O primeiro confronto foi contra a Máquina pela sexta rodada do Segundo Turno. O primeiro Derby das Sulancas em competições oficiais aconteceu no dia 20 de Abril de 1994 e terminou empatado por 1×1.
Naquele ano o Ypiranga deixou sua marca ao conquistar a 1ª Edição da Copa dos Clubes Profissionais, que a partir de 1996 passou a ser chamada de Copa Pernambuco. Estavam naquele Campeonato, além do Ypiranga, Centro Limoeirense de Limoeiro, Destilaria do Cabo de Santo Agostinho, Estudantes Sport de Timbaúba, Ferroviário do Recife, Flamengo de Arcoverde, Paulistano de Paulista, Porto de Caruaru e Desportiva Vitória de Vitória de Santo Antão.
O Ypiranga venceu a Desportiva Vitória na final por 3×2 com três gols de Cacá. O Central não disputou esse campeonato porque estava jogando a Série B do Brasileirão.
Nos quatro confrontos disputados em 1995 aconteceram duas vitórias do Central, um empate e primeira vitória do Ypiranga. A Máquina venceu em Caruaru por 4×3.
O Ypiranga fez bonito naquele campeonato e decidiu a segunda fase do segundo turno contra o Santa Cruz, com a ajuda da forte dupla de ataque formada pela lenda Jacozinho e o centroavante Gaúcho (pernambucano da cidade de Barreiros).
Em competições nacionais o ano de 1995 foi marcante para as duas equipes. A Patativa chegou até o Quadrangular Final da Série B e foi eliminado após confrontos históricos contra Athletico, Coritiba e Mogi Mirim. Enquanto a Máquina de Costura disputou sua primeira competição nacional: a gigantesca Série C de 1995. A Máquina foi eliminada na primeira fase após enfrentar Icasa e Sousa.
No final dos anos 90 as duas equipes demonstravam um declínio na competitividade enquanto assistiam a ascensão do Porto que por duas vezes seguidas foi vice-campeão estadual, além de ter sido a primeira equipe do interior a disputar uma Copa do Brasil em 1999.
Nos estaduais de 1996 e 1997 o Ypiranga até inovou no quesito patrocínio. Cada camisa tinha um patrocinador diferente, a qual variava o valor de acordo com o número. Por exemplo, a camisa 10 custava quinhentos reais, enquanto as camisas reservas custavam duzentos reais.
O primeiro rebaixamento da Máquina veio justamente contra o Central na última rodada da respescagem do Pernambucano de 1997. No dia 04 de abril, um empate no Lacerdão por 1×1 decretou o rebaixamento do Ypiranga. O 1° de Maio de Petrolina acabou escapando pelo saldo de gols. O Central viu seu primeiro rebaixamento chegar em 1999. Não aconteceram confrontos entre as duas equipes por causa de um curto período de licença da Máquina de Costura.
Por causa da participação do Trio da Capital na Copa do Nordeste de 2002, os demais clubes se Pernambuco disputaram a Copa Jarbas Vasconcelos. O Central sagrou-se campeão.
O Ypiranga voltou a disputar competições oficiais e em 2003 encontrou o Central pela primeira vez numa fase eliminatória. Após um empate na primeira fase, aconteceu dois derbies e o Central eliminou o Ypiranga nas quartas de final da Copa Pernambuco.
O Ypiranga venceu a segunda divisão em 2004, porém o Central foi rebaixado no mesmo ano na primeira divisão. O Derby só retornou na segunda rodada do Pernambucano 2006. Devido a problemas nos laudos do Limeirão, aconteceu o único encontro em campo neutro; o Ypiranga venceu o Central por 3×2 Central no Carneirão em Vitória de Santo Antão.
Aquele time do Ypiranga de 2006 por pouco não venceu o primeiro turno. Até hoje o pênalti perdido por Júnior Amorim contra o Estudantes de Timbaúba é amargamente lembrado. O Ypiranga perdeu o turno, a vaga na decisão e também a vaga na Copa do Brasil – seria a segunda equipe do interior de Pernambuco a jogar a competição.
O Central conseguiu uma vaga para disputar sua primeira Copa do Brasil após um Derby. Na última rodada do segundo turno do Pernambucano de 2007, o Derby estavam empatado por 1×1, quando aos 45 minutos da etapa final o gol aconteceu: o zagueiro e capitão Marcelo marcou o tento da Patativa, que com o tropeço do Náutico garantiu o vice-campeonato do clube (o Sport venceu os dois turnos).
Em 2013 aconteceu o recorde de público no Derby. Na última rodada do primeiro turno o Central precisava da vitoria para conquistar o título e garantir sua primeira decisão em uma final de estadual. 7.236 pessoas empurraram a Patativa na vitória por 2×1. Mas dessa vez o Náutico não tropeçou e com uma vitória em Belo Jardim ganhou aquele primeiro turno.
O Ypiranga deu o troco e venceu o Derby no Segundo Turno. A Máquina fez seu último grande Estadual ficando na quarta colocação e garantindo vaga para a Série D daquele ano, a sua última competição nacional. Em 2014 aconteceu a maior goleada do confronto, o Central venceu o Ypiranga por 5×0 em Santa Cruz do Capibaribe.
Com o retorno da Copa do Nordeste várias edições do Estadual tiveram uma primeira fase sem o trio. No Pernambucano de 2015 (que começou em Dezembro de 2014) o Central venceu a primeira fase denominada de Taça Eduardo Campos e garantiu vaga na Série D daquele ano.
A Patativa garantiu o título por antecipação na penúltima rodada após o empate por 1×1 em Santa Cruz do Capibaribe. Aquele foi o último Derby da Sulanca, já que o Ypiranga foi rebaixado para a segunda divisão após amargar a lanterna no hexagonal da permanência.
Lembrando ainda que em 2013 as duas equipes se enfrentaram nos únicos confrontos por competições nacionais. Naquela Série D houve uma vitória para cada time. O Ypiranga não passou da primeira fase.
No total e em partidas oficiais o Derby das Sulancas aconteceu 34 vezes. Foram 17 vitórias do Central, oito empates e nove vitórias do Ypiranga. A Patativa marcou 58 gols, enquanto a Máquina de Costura marcou 35 gols.
O Ypiranga ficou ausente de algumas edições da segunda divisão, enquanto o agora centenário Central decidiu o Estadual em 2018 e foi rebaixado no Estadual de 2021.
Atualmente a dupla tenta retornar aos dias de glória. Em termos financeiros possuem patrimônios com valores abaixo apenas do trio da capital. No futebol passaram a sofrer uma forte concorrência regional com o retorno do Porto, o surgimento do Caruaru City, o renascimento do Maguary, além da persistência do Pesqueira e Belo Jardim… mas aí já serão outras histórias.
Dedico esse texto ao Mestre Lenivaldo Aragão que a mais de setenta anos descreve brilhante a história do nosso futebol.
Fica aqui registrado o agradecimento aos heróis do RSSSF Brasil e a três grandes amigos que contribuíram para decifrar alguns “pergaminhos” das competições em Pernambuco, especialmente aquelas dos anos 90. Muito obrigado Cassio Zirpoli, Henrique Martins e Elivaldo Araújo.
Lista dos confrontos em competições oficiais do Derby das Sulancas:
CAMPEONATO PERNAMBUCANO – Primeira Divisão (1994-2015)
- Pernambucano 1994
- Terceira fase – dia 20 de Abril – Ypiranga 1×1 Central
- Pernambucano 1995
- Primeira fase do Primeiro Turno – dia 08 de Fevereiro – Central 1×0 Ypiranga
- Segunda fase do Primeiro Turno – dia 16 de Abril – Ypiranga 0x3 Central
- Primeira fase do Segundo Turno – dia 21 de Maio – Ypiranga 1×1 Central
- Segunda fase do Segundo Turno dia 18 de Junho – Central 3×4 Ypiranga
- Pernambucano 1996
- Dia 02 de Março – Central 2×3 Ypiranga
- Pernambucano 1997
- Dia 13 de Abril – Central 1×1 Ypiranga
- Pernambucano 2006
- Primeiro turno – dia 12 de Janeiro – Ypiranga 3×2 Central
- Segundo turno – dia 18 de Fevereiro – Central 0x1 Ypiranga
- Pernambucano 2007
- Primeiro turno – dia 11 de Fevereiro – Ypiranga 1×0 Central
- Segundo turno – dia 11 de Abril – Central 2×1 Ypiranga
- Pernambucano 2008
- Primeiro turno – dia 10 de Fevereiro – Ypiranga 0x0 Central
- dia 21 de Fevereiro – Central 3×3 Ypiranga
- Segundo turno – dia 26 de Março – Central 4×2 Ypiranga
- Dia 23 de Abril – Ypiranga 2×4 Central
- Pernambucano 2009
- Primeiro turno – dia 04 de Fevereiro – Ypiranga 0x3 Central
- Segundo turno – dia 02 de Abril – Central 1×1 Ypiranga
- Pernambucano 2010
- Primeiro turno – dia 17 de Fevereiro – Ypiranga 0x1 Central
- Segundo turno – dia 12 de Abril – Central 2×1 Ypiranga
- Pernambucano 2011
- Primeiro turno – dia 13 de Janeiro – Ypiranga 0x1 Central
- Segundo turno – dia 09 de Abril – Central 2×3 Ypiranga
- Pernambucano 2012
- Primeiro turno – dia 15 de Janeiro – Ypiranga 1×0 Central
- Segundo turno – dia 07 de Março – Central 0x0 Ypiranga
- Pernambucano 2013
- Primeiro turno – dia 20 de Fevereiro – Central 2×1 Ypiranga
- Segundo turno – dia 16 de Março – Ypiranga 2×1 Central
- Pernambucano 2014
- Primeira fase – Turno – dia 05 de Janeiro – Central 2×0 Ypiranga
- Primeira fase – Returno – dia 05 de Fevereiro – Ypiranga 0x5 Central
- Pernambucano 2015
- Primeira fase – Turno – dia 10 de Dezembro de 2014 – Central 2×0 Ypiranga
- Primeira fase – Returno – dia 24 de Janeiro – Ypiranga 1×1 Central
COPA PERNAMBUCO 2003
Primeira Fase
- Dia 04 de Outubro – Central 1×0 Ypiranga
Quartas de Finais
- Ida – dia 01 de Novembro – Ypiranga 0x1 Central
- Volta – dia 09 de Novembro – Central 3×0 Ypiranga
BRASILEIRÃO SÉRIE D 2013
GRUPO A3 PRIMEIRA FASE
- Dia 14 de Julho – Central 1×0 Ypiranga
- Dia 28 de Julho – Ypiranga 2×1 Central